A FAMÍLIA

"É preciso fazer realmente todo o esforço possível, para que a família seja reconhecida como sociedade primordial e, em certo sentido, soberana. A sua soberania é indispensável para o bem da sociedade. Uma nação verdadeiramente soberana e espiritualmente forte é sempre composta por famílias fortes, cientes da sua vocação e da sua missão na história. A família está no centro de todos estes problemas e tarefas: relegá-la para um papel subalterno e secundário, excluindo-a da posição que lhe compete na sociedade, significa causar um grave dano ao autêntico crescimento do corpo social inteiro". (João Paulo II em “Carta às Famílias” / 2 de fevereiro de 1994)

21 março 2014

Monólogo outonal


SEJA BEM-VINDO, OUTONO!
    Como somos inconformados!… A vida é assim desde que o mundo é mundo. Contudo, ansiamos por mudá-la, moldá-la aos nossos caprichos e necessidades – estas, quase sempre, imaginárias, pré-fabricadas e irreais.  
     O problema é que vivemos esbarrando em nossas fragilidades. Tropeçamos, caímos muitas vezes e levantamos outras tantas, nem sempre com o entusiasmo que a façanha requer. Mas… tudo bem!… Tais divagações não vão me conduzir a lugar algum nem a nada que valha a pena. Não passam de um exercício de meditação a que gosto de me submeter de vez em quando.
    O importante é a rosa – ou melhor, a primavera que faz a rosa desabrochar. A propósito: qual será mais importante – a rosa ou a primavera?!… Ah, incertezas! Sempre elas!...
    E depois vem o verão. É quando extravasamos o nosso humor suando às bicas, nos mudando para a praia onde as insolações, as micoses e os mosquitos não dão trégua, nos enxarcando de chope gelado e mandando às favas todos os regimes minuciosamente planejados. E mais adiante, recomeçando, o outono, o inverno, as estações se sucedendo… e a Vida, com inicial maiúscula, que se oferece a cada um, abundante, gratuita – e, felizmente, no mais das vezes, graciosa – plena de energias, com propostas sedutoras, alternativas miraculosas e surpresas mirabolantes, obrigando-nos a criar todos os dias uma nova coreografia para o jogo de cintura que já deixou de funcionar, coagindo-nos a nos adaptar aos novos desafios cujos propósitos e circunstâncias são sempre difíceis de assimilar e nunca conseguimos compreender. 
    O que tem tudo isto a ver com o recado que eu pretendia dar, ou com a nova estação? Penso… penso… e não atino. Parecem coisas desconexas. Na verdade, são. Ou não são?!...  Devo admitir que não sei. Nem me detive em avaliar com mais atenção. Sendo assim, e já que não tem outro jeito, permitam-me concluir este circunlóquio, antes que me enrede mais, pois quanto mais escrevo mais me afasto do tema que – a bem da verdade – eu nem sei mesmo qual era.
    Que o outono seja bem-vindo, mas que a primavera não demore a voltar. Ela, sim, é que dá à vida o sabor perene de uma grande festa e nos propicia a oportunidade de começar tudo de novo.

Vando 
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Foto: Minha. Garibaldi, RS, 2012 

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