A VIDA PASSOU POR AQUI
Cedo, na manhã, o Sol deu ares de que ia apa- recer. Então preparei-me e
saí à cata de pai- sagens bonitas. Em busca de lugares graciosos, onde pequeninas
casas ajardinadas, ao redor de praças também floridas, compusessem cenários
coloridos e bucólicos repletos de beleza singela.
Decidira, nesse dia, conhecer uma Cidade não muito distante, à qual eu nunca fora antes, mas que, talvez por razões até sentimentais, ansiava por conhecer. No percurso, o Sol, que mal ensaiara sua entrada triunfal, mudou de idéia. Ocultou-se, encoberto pelas nuvens cinzentas.
Chegado ao destino, deparei-me com uma realidade que eu não imaginava. O tempo havia deixado lá apenas rastos de um passado cujos vestígios ainda atestam, teria sido promissor e alegre.
Agora observo, consternado, estas casas em ruínas. Tento adivinhá-las em sua época gloriosa, quando repletas de pessoas felizes envolvidas com os afazeres diários. Imagino algazarra de crianças saindo para a escola, brincando na praça e correndo pelas ruas tranqüilas. E por breves instantes procuro os fantasmas dos trabalhadores que a cada dia labutaram no Arsenal, mas nem o espectro sutil de algum deles se materializa na paisagem fantástica.
Olho o que restou dos monumentos da praça que, alguma vez, em placas de bronze, registraram efemérides que resgatavam a história da Cidade. Procuro as marcas que reverenciaram algum nome ilustre, uma data importante. Nada encontro. Com pesar examino o coreto onde, certamente, as fanfarras tocaram nos dias de festa. Vejo os bancos, hoje carcomidos, nos quais as pessoas sentaram ao cair da tarde e nos domingos ensolarados.
Penso nas cores e na efervescência que um dia enfeitaram a praça e no alarido esfuziante da população engalanada. Ironicamente o céu, acima, permanece escuro, enquanto que ao redor tudo é silêncio. Um silêncio opressivo e pesado. Pesado demais para a expectativa que alimentei durante tanto tempo.
Sim, decepção. Sinto-me quase deprimido. A tristeza é profunda. Imensa. Só ruinarias e escombros constituem o acervo que me cerca. E as pessoas? Onde foram todos? O que foi feito deles? Por que ninguém responde?
Atrasei-me. Muito. Custei a chegar. Não pude vir aqui quando devia e agora que o faço não encontro ninguém para compartilhar uma saudação, trocar uma palavra, repartir um sorriso. A cidade está deserta. Deserta e morta!... A vida já passou por aqui, bem antes de mim, e foi embora, talvez para sempre!... Nada mais me resta fazer.
Decidira, nesse dia, conhecer uma Cidade não muito distante, à qual eu nunca fora antes, mas que, talvez por razões até sentimentais, ansiava por conhecer. No percurso, o Sol, que mal ensaiara sua entrada triunfal, mudou de idéia. Ocultou-se, encoberto pelas nuvens cinzentas.
Chegado ao destino, deparei-me com uma realidade que eu não imaginava. O tempo havia deixado lá apenas rastos de um passado cujos vestígios ainda atestam, teria sido promissor e alegre.
Agora observo, consternado, estas casas em ruínas. Tento adivinhá-las em sua época gloriosa, quando repletas de pessoas felizes envolvidas com os afazeres diários. Imagino algazarra de crianças saindo para a escola, brincando na praça e correndo pelas ruas tranqüilas. E por breves instantes procuro os fantasmas dos trabalhadores que a cada dia labutaram no Arsenal, mas nem o espectro sutil de algum deles se materializa na paisagem fantástica.
Olho o que restou dos monumentos da praça que, alguma vez, em placas de bronze, registraram efemérides que resgatavam a história da Cidade. Procuro as marcas que reverenciaram algum nome ilustre, uma data importante. Nada encontro. Com pesar examino o coreto onde, certamente, as fanfarras tocaram nos dias de festa. Vejo os bancos, hoje carcomidos, nos quais as pessoas sentaram ao cair da tarde e nos domingos ensolarados.
Penso nas cores e na efervescência que um dia enfeitaram a praça e no alarido esfuziante da população engalanada. Ironicamente o céu, acima, permanece escuro, enquanto que ao redor tudo é silêncio. Um silêncio opressivo e pesado. Pesado demais para a expectativa que alimentei durante tanto tempo.
Sim, decepção. Sinto-me quase deprimido. A tristeza é profunda. Imensa. Só ruinarias e escombros constituem o acervo que me cerca. E as pessoas? Onde foram todos? O que foi feito deles? Por que ninguém responde?
Atrasei-me. Muito. Custei a chegar. Não pude vir aqui quando devia e agora que o faço não encontro ninguém para compartilhar uma saudação, trocar uma palavra, repartir um sorriso. A cidade está deserta. Deserta e morta!... A vida já passou por aqui, bem antes de mim, e foi embora, talvez para sempre!... Nada mais me resta fazer.
Vando
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Foto minha. Publiquei este texto, originalmente, no meu blog
"RETRATOS DO MEU JARDIM" no dia 28 de setembro de 2010
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Dedicado ao que restou da Cidade de General Câmara, RS
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Dedicado ao que restou da Cidade de General Câmara, RS
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