OS IPÊS FLORESCEM DE NOVO
(... mas não é só isto)
Hoje vou falar sobre duas coisas de que
gosto muito. Começo, naturalmente, com a primeira delas – e nem poderia ser
diferente.
No meio da semana, chegando em casa,
reparei que os ipês do condomínio onde moro já estavam com alguns botões se
insinuando, prestes a desabrochar. Hoje cedo, ao abrir a janela, percebi,
jubiloso, que a “promessa” dos dias anteriores estava se cumprindo. O que era
apenas o início da brotação transformou-se, da noite para o dia, em milhares de
flores rosadas (minha vizinha, “perita” em botânica e apaixonadamente dedicada
a cuidar dos jardins, me garante que se trata de “Ipê roxo”) colorindo de
alegria a paisagem até então carente de graça.
Como ainda estamos no dia primeiro de
agosto, faltam quase dois meses para que a primavera, propriamente dita, se reapresente
no esplendor de sua beleza. Mesmo assim, os ipês diante da minha janela já
antecipam o que será a próxima estação – a mais bonita do ano, sem qualquer
sombra de dúvida. Logo os “outros” ipês – amarelos, azuis, escarlates e de
todas as tonalidades “solferinas”, – depois os jacarandás, os guapuruvus...
entrarão nesta verdadeira festa que, todos os anos, faz a alegria dos nossos olhos
e marca o renascer de nossos sonhos acalentados durante o período chuvoso, frio
e cinzento, característico do clima aqui ao Sul do Mundo.
Agora vem a segunda. Neste dia 1° de
agosto, comemora-se no Brasil o DIA DO FILATELISTA. Oficialmente é o “Dia do
Selo”, quando a história registra a emissão do primeiro selo postal brasileiro.
Na realidade, não foi “um selo”, mas três, numa série de 3 valores: 30, 60 e 90
réis. São os chamados “Olhos de Boi”. Isto ocorreu no dia 1° de agosto de 1843
e nessa data o Brasil foi o 3° país a adotar a “invenção” de Sir Rowland Hill
(3 Dez 1795 – 27 Ago 1879).
Sir Howland Hill era um professor britânico
e membro do parlamento do Reino Unido. Até o início do ano de 1840, as cartas que
eram levadas aos destinatários tinham a tarifa paga por estes. Como resultado,
muitas dessas correspondências eram recusadas, pois os destinatários se
negavam de pagar. Devolvidas ao correio, causavam grandes prejuízos financeiros
ao serviço postal de Sua Majestade. Em vista disto, Howland propôs ao Parlamento
que a taxa pelo serviço fosse paga pelo remetente. Para isto foi criado de comprovante
de pré pagamento, que deveria ser afixado à carta. A partir daí nasceram os
selos postais, pequenos retângulos de papel que mudaram a história postal.
A
primeira emissão dessas hoje preciosidades, ocorreu na Inglaterra no dia 6 de
maio do ano de 1840. Consistia numa peça de papel impressa em cor preta, no
valor de um Penny, nome com o qual passou a ser conhecido o primeiro selo do
mundo: o “One Penny Black”, do qual restam raríssimos exemplares, atualmente,
cotados no mercado filatélico a preços astronômicos.
O segundo país a emitir selos postais foi a
Suíça onde, nos Cantões de Zurique e Genebra, passou a circular no dia 23 de
janeiro de 1843.
É claro que vocês já conhecem o assunto.
Como também sabem que sou filatelista “desde criancinha” e um apaixonado por
esses minúsculos brinquedinhos com os quais convivo desde tempos imemoriais. Só
falei deles porque hoje é o seu dia. E porque gosto tanto de selos como gosto
de tempo bom, de passarinhos cantarolantes e de primavera. Primavera como a que
os ipês de onde moro estão, sutilmente, me avisando de que logo, logo, vai
chegar.
Então, me digam: eu poderia deixar de
compartilhar com vocês estas duas alegrias?!...
Vando
* * *
Foto: Ipê roxo / Autoria: Maria Olívia
Site: PORTFOLIO-PRESS
Nenhum comentário:
Postar um comentário