A FAMÍLIA

"É preciso fazer realmente todo o esforço possível, para que a família seja reconhecida como sociedade primordial e, em certo sentido, soberana. A sua soberania é indispensável para o bem da sociedade. Uma nação verdadeiramente soberana e espiritualmente forte é sempre composta por famílias fortes, cientes da sua vocação e da sua missão na história. A família está no centro de todos estes problemas e tarefas: relegá-la para um papel subalterno e secundário, excluindo-a da posição que lhe compete na sociedade, significa causar um grave dano ao autêntico crescimento do corpo social inteiro". (João Paulo II em “Carta às Famílias” / 2 de fevereiro de 1994)

31 julho 2013

Que frio!!!...

REFLEXÃO PRA PASSAR O TEMPO

    Com este frio que anda fazendo dá uma saudade enorme do verão. Ah, dias quentes, luminosos, alegres!... Cervejinha “no ponto”, comidinha leve – um sirizinho aqui, um camarãozinho acolá, um caldo de cana pra contrabalançar... Tudo isto lembra praia, não é? Pois é. Pra ser bem sincero, eu gosto mesmo é de calor. Do verão. Por pior que seja. Praia, na verdade –verdadeira – não é bem “a minha praia”. Claro que não desgosto. Mas daí a julgar que sou apaixonado insere-se alguma distância. Até vou, curto uma que outra onda, alguma caminhada pela areia, mas tudo muito comedido.
    A “temporada de praia”, pra mim, resume-se a três momentos. Cada um com a sua peculiaridade. 
    O primeiro é o da preparação para a praia. A expectativa. Fazer a revisão no carro. Arrumar as tralhas. Separar aquele monte de roupas que não se vai usar. Examinar o extrato bancário e os cartões de crédito pra evitar surpresas.
     O segundo momento – este, sim, é glorioso! O pegar a estrada propriamente dito. De manhã, bem cedinho, pra curtir o nascer do Sol, o frescor da manhã e fugir dos engarrafamentos na Free-Way. O problema é que todo mundo pensa a mesma coisa e termina saindo no mesmo horário!... Mas, como férias são férias, tudo é festa.  Vidros do carro semiabertos deixando “entrar um ventinho”. Nossos semblantes revelando um estado de graça que beira o divinal. À frente, a estrada estendendo-se  ao infinito. A imaginação liberta, permitindo-nos  antever o paraíso do qual, quilômetro após quilômetro, mais se vai avizinhando. Ah, e o palavrão pro motorista da frente que de repente resolve entrar no belvedere e dá uma tremenda freada sem avisar. E depois de algumas horas de estresse, a praia, enfim!
      Reunir a família. Reencontrar os amigos. O churrasquinho amigo, o jogo de bocha no final da tarde, a canastrinha à noite, o bingo no clube... e, por fim, dormir ouvindo o mar. Pra que mais?
     O terceiro momento é que, via de regra, se torna doloroso. Muitas vezes tem um epílogo tragicômico. Em mais da metade dos dias choveu. Fez um frio desgraçado. A mulher aproveitou pra ir às compras, procurando um casaquinho porque, na vinda, achou que não ia precisar. Aí encontrou uma feira, cheia de novidades. Cada vestidinho mais lindo do que o outro. E as bolsas, então? Um amor! Ah, e os sapatos, que gracinha!
      Depois de arrumar as mochilas, vemos que o porta-malas do carro não comporta tudo o que se comprou de “novidades”. Empurra-se de qualquer jeito e vamos em frente. O retorno é sem graça. Chato. Cansativo. Agora faz calor e o ar condicionado não resolve nada. E tem sol. Um baita dum solzão... pegando de frente bem na nossa cara. A fila imensa de veículos andando a 30 por hora – quando anda! Todo mundo de cara amarrada.  
     Pra esticar as pernas, uma paradinha na tenda do vendedor há anos conhecido. Um caldo de cana bem gelado é uma dádiva dos céus. Então se aproveita e se leva mais alguns queijos, salames, cachacinha, frutas cristalizadas e alguma lembrancinha de última hora.  
    Enfim chega-se em casa. Alquebrado. Vermelho como um pimentão vermelho, naturalmente, pois esquecemos de levar protetor  e como estava meio sombrio, achamos que “não ia queimar”.  Mas queimou. E como!  Em compensação os vizinhos e conhecidos sempre nos levantam o moral: “Tá bronzeado, hein? A praia tava maravilha, não?” Pura gozação.
    A partir daí, é relaxar e esperar pelo próximo veraneio. Sempre fica a esperança de que no ano que vem tudo vai ser beleza. E por que não? Quem sabe!?...
* * *
    Como o verão ainda vai demorar, é melhor, a esta altura, a resignação. Sejamos realistas e encaremos com bom humor este friozão detestável. Não nos estressemos. Por pior que ele seja, sempre se pode evitar um estado de depressão profunda deglutindo um excelente mocotó carregado na pimenta, ou uma feijoada – como aquela que nossas avós faziam, lembram? – ou uma frugal polenta com linguiça, tudo regado a um delicioso vinho tinto trazido do Vale dos Vinhedos na semana passada. Só pra deixar vocês com inveja.
Vando
* * *
Foto minha - Capão da Canoa, RS, Fev 2013

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