A FAMÍLIA

"É preciso fazer realmente todo o esforço possível, para que a família seja reconhecida como sociedade primordial e, em certo sentido, soberana. A sua soberania é indispensável para o bem da sociedade. Uma nação verdadeiramente soberana e espiritualmente forte é sempre composta por famílias fortes, cientes da sua vocação e da sua missão na história. A família está no centro de todos estes problemas e tarefas: relegá-la para um papel subalterno e secundário, excluindo-a da posição que lhe compete na sociedade, significa causar um grave dano ao autêntico crescimento do corpo social inteiro". (João Paulo II em “Carta às Famílias” / 2 de fevereiro de 1994)

23 junho 2015

Rabiscos



RESGATANDO GARATUJAS - 1

– I –

    A saudade seguidamente nos sitia e o faz de modo repentino. Nem estávamos pensando nela quando, num átimo, vemo-nos assolados. Ela não tem, ao menos, a sutileza da aproximação cautelosa, lenta, cuidadosa, premeditada. Quando chega atinge-nos em cheio, sem constrangimentos ou recato.
– II – 

    Cultivo, como vocês todos sabem, um certo saudosismo. Não escondo de ninguém que sou um tradicionalista inveterado. No dizer de alguns, sou anacrônico. No de outros – os meus admiradores inconfessos – sou radical, retrógrado, reacionário. Coisas da vida!...  

- III – 

    Ah, o Vento Norte!...  Vocês, que não conhecem Santa Maria e não tiveram o “privilégio” de conviver com ele, não conseguem avaliar o terror que é aquilo. Só tendo nascido lá – na Boca do Monte e adjacências – para aceitar passivamente aquele engano meteorológico que derruba o astral do espírito mais intrépido que ouse enfrentá-lo. 

– IV – 

    Meu gosto pelos velhos casarões vem desde tempos remotos. Sou apaixonado por eles. Fico embevecido ante os detalhes de suas fachadas, frontões, platibandas, sacadas e gradis. Encantam-me as largas varandas, as portas entalhadas e as janelas com vitrais que contam histórias ou que ostentam simples alegorias. 

– V – 

    Praia, na verdade – verdadeira! – não é bem “a minha praia”. Claro que não desgosto. Mas daí a julgar que sou apaixonado por ela insere-se alguma distância. Até vou, curto uma que outra onda, – já tentei plantar bananeira, acreditam? – alguma caminhada pela areia, mas tudo com muito comedimento e respeito às águas vivas e, principalmente, aos mosquitos do entardecer. 

Vando  

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Foto minha: Igreja Sagrado Coração de Jesus, Tristeza/Porto Alegre, 19 Fev 2015 

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