Sérgio da Costa Franco
"Porto Alegre destruiu o que tinha do seu início"
Mais notório pesquisador da história da Capital compartilha um pouco do
conhecimento que acumulou sobre a cidade.
por Itamar Melo - 21/03/2015 | 16h01
Um dia, Sérgio da Costa Franco resolveu dirigir até o Shopping Center
Iguatemi e se perdeu em um emaranhado de ruas desconhecidas. Comprovou a
existência de uma Porto Alegre com a qual não tinha qualquer intimidade.
Existe uma outra Porto Alegre, no entanto, na qual ele circula com uma
desenvoltura sem igual, conhecedor de cada arroio, de cada beco, de cada praça.
É a cidade do passado, à qual dedicou anos de pesquisa em arquivos esquecidos e
que desenterrou do esquecimento em obras como Porto Alegre e seu Comércio,
Gente e Espaços de Porto Alegre, Porto Alegre Sitiada, Os Viajantes Olham Porto
Alegre e Porto Alegre Ano a Ano.
É um trabalho que o mais notório pesquisador da história da Capital
ainda não deu por encerrado. Dias atrás, encaminhou ao editor um punhado de
laudas inéditas que serão acrescidas à nova edição de Porto Alegre: Guia
Histórico, sua obra mais emblemática. Em forma de dicionário e construída a
partir de laboriosas consultas às atas da Câmara Municipal e a outros
documentos, o livro resgata a evolução das ruas e logradouros da cidade.
Costa Franco nasceu em 1926, mas é como se tivesse vivido 243 anos – os
243 anos que Porto Alegre comemora no próximo dia 26. Na entrevista a seguir,
concedida em seu apartamento no bairro Menino Deus, ele compartilha um pouco do
conhecimento que acumulou sobre a cidade – e também do afeto que nutre por ela.
O senhor mudou-se para Porto Alegre em 1935. Qual foi a primeira
impressão que teve?
Eu tinha sete anos e vinha de uma cidade muito pequena e sem movimento,
Jaguarão (onde nasceu). O bonde elétrico eu já conhecia de Pelotas, mas aqui
foi um choque. A cidade tinha uns 200 mil habitantes, mas para mim era uma
metrópole.
Os limites de Porto Alegre eram bastante diferentes dos atuais.
Muito mais acanhados. Eu agora fiz um livro de encomenda sobre a
evolução histórica da cidade. Nas plantas daquele tempo, de 1935, não aparecem
Tristeza, Ipanema, nada da Zona Sul. Também nada além do Passo D’Areia, que era
o limite para o norte.
Como era a vida nessa cidade de 80 anos atrás?
Era tranquila. Morávamos no Menino Deus. Como gurizinho, aos oito anos,
a minha mãe me mandava tomar o bonde e ir ao Centro fazer compras. Os bairros
não tinham comércio. Eu pegava o bonde, ia o Centro, fazias as compras e
voltava sozinho. Ninguém faz isso hoje com uma criança de oito anos.
O senhor reconhece na Porto Alegre de hoje algo daquela Porto Alegre de
sua infância?
A mudança foi radical. Morei aqui no Menino Deus dos sete aos 12 anos,
na José de Alencar. Naquele tempo havia vastos terrenos baldios, com cem metros
de comprimento por 30 metros de largura. Dava peladas formidáveis.
O que daquela época persiste na cidade?
As diferenças são profundas. O que logo se destaca é a qualidade de
vida. As casas não tinham grades, havia um outro modo de vida. No bairro, os
rapazes saíam de pijama a caminhar na rua. De pijama, que na época era o
equivalente ao abrigo esportivo de hoje. A pessoa chegava em casa, botava o
pijama e depois saía. Era uma característica do arrabalde. Dependendo da rua,
colocavam-se cadeiras na calçada para conversar. O movimento de automóveis era
reduzidíssimo. Em 1950, eram 6 mil carros na cidade.
O que o encantava particularmente na cidade?
A primeira coisa é o Guaíba, onde a gente tomava banho. Conheci minha
mulher, numa tarde de sábado, tomando banho em Ipanema. A cidade era muito
aprazível. Até 1950, era uma cidade muito agradável, muito boa. Morei em vários
pontos, conhecia muito bem. Hoje não conheço mais. Se me largam no Quarto
Distrito, eu me perco. Não conheço nada para outros lados. Quando tinha
automóvel, fui lá ao Iguatemi. Para voltar, me desorientei.
Nos anos 1960, estavam em curso os aterros que permitiriam o Beira-Rio
e os parques.
Há quem diga que aquela região tornou-se uma espécie de novo centro da
cidade.
É. Mas o centro para mim é o Centro Histórico. A idade e os joelhos
estragados não me permitem mais conhecer essa outra cidade.
Como nasceu seu interesse pela história de Porto Alegre?
Porto Alegre era uma cidade sem historiografia. Não havia quase nada
escrito. Os jornais diziam bobagens incríveis. Rigorosamente, o que havia era
um livro cheio de erros, A Fundação de Porto Alegre, do Augusto Porto Alegre,
de 1906. Ele falava em 1742 como data da fundação. Até acho que foi por erro
gráfico, porque em 1742 não aconteceu nada em Porto Alegre. Em 1752, sim, houve
a chegada dos açorianos. Mas todo mundo que escreveu depois usou essa data de
1742. Senti que a história de Porto Alegre era um campo virgem. Minha opção foi
fazer um livro em forma de dicionário, com verbetes, o Guia Histórico. Passei
uns três anos no arquivo municipal, registrando, anotando, e fiz uma ficha para
cada rua, cada logradouro importante.
O 26 de março é a data mais adequada para comemorar o aniversário?
Porto Alegre tem duas fundações. A primeira é em 1752, com a chegada
dos açorianos. Mas aí o que nasceu foi uma povoação precária, que nunca passou
de um aglomerado de casas de palha na região da Rua da Praia, da Riachuelo,
talvez da Duque de Caxias. Não se sabe nada sobre esse aglomerado, porque não
ficou nada, não teve nem igreja. Naquele tempo, as comunidades nasciam quando
se oficializava a freguesia. Foi o que aconteceu 20 anos mais tarde, em 1772,
quando se cria a freguesia. Nesse momento, tratava-se de expulsar os espanhóis
que tinham tomado Rio Grande em 1763. Porto Alegre, como vila organizada, sob
comando de um militar, o José Marcelino de Figueiredo, nasce em grande parte em
função disso. José Marcelino ergue um palácio para ele, ergue casa para a Junta
da Real Fazenda, ergue a igreja. E daí o bispado cria a freguesia de Nossa
Senhora da Madre de Deus. O 26 de março é o dia da fundação da freguesia.
Mas na época já havia uma população aqui?
Já tinha uma população, mas era inexpressiva. Tive o cuidado de
investigar isso. Na época, o abate de carne para consumo era licitado perante a
Câmara Municipal. Disputava-se uma espécie de leilão. Então se sabe quanto se
arrematava para Viamão, para Gravataí, para Triunfo. E a mais baixa, a mais
insignificante é a de Porto Alegre, então Porto dos Casais. Os açorianos
chegaram e ficaram esquecidos aí. O governo os largou aí.
Até quando foi uma cidade açoriana?
A imigração dos Açores para cá nunca cessou, ela continuou ao logo do
tempo. Foi realimentada. Até o fim do século 18 ainda é expressiva. Depois eles
foram saindo. Os açorianos se disseminaram. O interior está cheio de famílias
de origem açoriana.
Restou alguma herança deste início açoriano?
Talvez essas casinhas de porta e janela que existem na Cidade Baixa.
Porto Alegre destruiu praticamente tudo que tinha do século 18.
Um fato pouco conhecido do passado, pesquisado pelo senhor, os
enforcamentos na cidade. Como era isso?
Em 1816, dada a criminalidade alta no Rio Grande do Sul, Dom João VI
criou a Junta de Justiça, um tribunal criminal, com poder de julgar em última
instância, sem recurso. Esse tribunal começou a enforcar gente, a partir de
1820. Levantei 22 enforcados. Depois houve mais, porque a pena de morte existiu
no Brasil até a República. Ocorreram dezenas de execuções em Porto Alegre, no
Largo da Forca, hoje Praça Brigadeiro Sampaio.
Qual era o impacto na vida da cidade?
A forca não era permanente. A cada execução era uma briga, porque a
Câmara Municipal não queria dar verba para erguer a forca, os juízes
reclamavam. Os moradores iam assistir. O troço era um espetáculo. O réu era
levado em procissão desde a cadeia até o lugar da execução, o oficial de
justiça ia lendo em voz alta a sentença. Só faltava banda de música. Em geral,
executavam escravos. Depois do enforcamento, o juiz mandava cortar a cabeça e
exibir para o povo.
Outro livro do senhor, Os Viajantes Olham Porto Alegre, reúne relatos
de visitantes estrangeiros feitos ao longo de mais de um século. Há algo de
recorrente nesses textos?
O aspecto alemão é observado por quase todos. Muitos desses viajantes
eram alemães e se sentiam em casa. Elogiavam a cidade por isso. No mais, o
Guaíba sempre foi motivo de atração. Poucas cidades têm esse presente divino,
um lago desse tamanho.
Como é que ocorreu essa germanização?
Os alemães vieram em 1824, ano de fundação de São Leopoldo, e em
seguida começaram a ter forte influência em Porto Alegre. A partir de meados do
século 19, aparecem até conflitos raciais, culturais, da população
luso-brasileira e dos alemães. Em 1881 houve uma exposição brasileiro-alemã,
organizada pelo Von Koseritz, que foi incendiada.
Qual era o peso dos alemães na população?
Eles tinham peso econômico. Populacional, nem tanto. Mas os viajantes
que passam dizem que 20% da população era alemã ou de origem. Os alemães foram
os industriais e também os comerciantes mais importantes. A certa altura, o
gosto alemão na arquitetura predominou, a ponto de os próprios lusos
menosprezarem o que tinham feito. Por isso não conservaram nada. Demoliu-se a
cidade toda.
Essa influência germânica tornou Porto Alegre uma cidade diferente das
outras capitais?
Ah, sim. Porto Alegre é muito alemã. E essa população alemã sofreu duas
grandes guerras, com discriminação, humilhações e pressão, além de prejuízos
graves. Houve depredações de casas comerciais, um negócio terrível. Isso abateu
muito o próprio ânimo, a iniciativa econômica.
Um certo declínio econômico da cidade se explicaria por isso? Porque,
quando se olham as estatísticas do começo do século 20, Porto Alegre era um
polo industrial que ombreava com São Paulo.
Quase chegava lá. Tem uma estatística de 1910, por aí, em que a
produção industrial de São Paulo é de 120 mil contos e a de Porto Alegre, 90
mil. Essa produção era muito germânica. As guerras influíram negativamente no
desenvolvimento da cidade. Na II Guerra eu já era guri e fui testemunha das
depredações. Vi quebrarem todas as lojas da Rua da Praia que tinham nomes
alemães. Na I Guerra, foi mais grave até. Um quarteirão inteiro foi incendiado,
ali na Siqueira Campos com a General Câmara.
O senhor diria que Porto Alegre não soube conservar seu patrimônio?
Do patrimônio histórico, arquitetônico, o que era luso-brasileiro não
foi conservado. A Igreja do Rosário, do começo do século 19, foi demolida. A
catedral era de 1780, construída pelo fundador da cidade, José Marcelino, e foi
demolida para erguer-se a nova. Isso já no começo do século 20. Não havia a
preocupação de conservar o patrimônio cultural. A Igreja do Rosário foi um
crime. Ergueram no lugar um troço de gosto italiano, sem atrativo. A original
não era um primor, mas tinha sido construída por uma sociedade de escravos ou
de libertos. Os negros tinham feito a Igreja do Rosário. Só por isso ela
merecia consideração. Foi demolida sem maiores protestos.
Porto Alegre demoliu na década de 1950 a Igreja do Rosário erguida por
negros no século 19.
Um momento traumático da história da cidade, ao qual o senhor dedicou
um livro, foram os quatro anos de sítio durante a Revolução Farroupilha. Por
que isso é tão pouco lembrado?
Porque predominou o pensamento do Partido Republicano, que valorizou a
República Rio-Grandense. A bandeira dos farrapos virou a bandeira do Estado, o
hino dos farrapos virou o hino do Estado etc. Não se falou mais de Porto
Alegre, especialmente porque ela foi “leal e valorosa”, leal ao Império.
O fato de Porto Alegre ter se mantido aliada ao Império teve papel
decisivo para o Rio Grande do Sul continuar brasileiro?
Teve, porque os farrapos se obrigaram a manter aqui boa parte de suas
forças, cercando a cidade, por quatro anos. O Rio Grande estava dividido. O
norte da província não acompanhou. Foi um enfrentamento da Campanha, dos
charqueadores, com Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, que tinham fortes
ligações comerciais com o norte do país, com o Rio de Janeiro, e nunca foram
farroupilhas.
O senhor disse que Porto Alegre era mais acanhada que Viamão e
Gravataí, no século 18. O que explica ela se tornar a metrópole do Estado?
O principal fato foi ter sediado o governo. A geografia da cidade
favoreceu o porto fluvial, que foi muito importante.
Então o desenvolvimento da cidade decorre, em parte, de o litoral
gaúcho não oferecer condições favoráveis para a construção de portos?
Sim. Rio Grande foi a primeira capital, pode-se dizer, foi a sede da
capitania, mas se revelou vulnerável aos espanhóis. Essa foi a principal razão
para, depois, quando se funda Porto Alegre, a sede ser aqui. Porto Alegre era
um porto fluvial que dava acesso a todo o interior e era bem protegido.
O senhor disse que no passado havia pouca pesquisa sobre a história da
cidade. Isso mudou?
A bibliografia hoje é relativamente rica. Agora tomei conhecimento de
um trabalho muito bom de uma professora da UFRGS (Tânia Marques Strohaecker),
sobre os loteamentos. A expansão de Porto Alegre para os bairros foi toda à
base de grandes empresas loteadoras. Essa professora fez o trabalho que eu
gostaria de ter feito. Os caras compravam chácaras nos arredores da cidade e
loteavam. Um dos grandes loteadores era também dono da Carris. Então a Carris
estendia linhas de bonde para valorizar terrenos e vender terrenos.
A Carris não era empresa pública nessa época?
Era particular, uma sociedade anônima, e esteve na mão de Possidônio da
Cunha, de Manuel Py, grandes proprietários de terrenos. Isso deu margem a
críticas violentas, porque a Carris estendia linhas a lugares despovoados, em
prejuízo do acionista minoritário que não estava interessado nesse tipo de
expansão. O Caldas Junior, fundador do Correio do Povo, denunciava, dizia que a
Carris estava a serviço de interesses imobiliários. A Carris estendeu linhas
para a Glória e Teresópolis, que eram vazios demográficos.
E já tinham bonde. A gente pega os jornais da época e vê que as
empresas loteadoras ofereciam churrasco nos domingos, e tinha bonde à vontade
para ir para lá. Era um negócio de vender terreno.
Houve um tempo em que o senhor banhava-se no Guaíba. A cidade teve um
jeito praiano?
Acho que sim. Cheguei a tomar na Praia de Belas. A geografia local
mudou muito. O estádio Beira-Rio, o Parque Marinha, tudo aquilo é aterrado. O
litoral passava pela margem da atual Avenida Praia de Belas.
Os aterros que a cidade sofreu ao longo da história foram bons ou ruins
para a cidade?
Esse julgamento é difícil. A cidade sempre teve com o Guaíba uma
relação de amor e ódio. O pessoal gostava do Guaíba, tomava banho, bebia a
água. Mas este lado que costeia a Praia de Belas era raso, não permitia a
navegação. Era forte a sugestão de aterrar aquilo, converter em terreno e local
de moradia. Foi o que fez o Brizola quando prefeito, em 1955.
Mesmo no início da cidade, quando o Guaíba chegava à Rua da Praia,
aterrou-se bastante. Quem fez isso foram os primeiros moradores?
Os moradores da Rua da Praia dilatavam os seus terrenos para os fundos.
Aí nasceu a Sete de Setembro, com o nome de Rua Nova da Praia. Em determinado
momento, quando foi urbanizada, era uma rua litorânea. Os aterros no Centro
foram muito grandes e consolidados. Além da Siqueira Campos, tudo é conquistado
ao rio. Para se construir o porto, se aterrou uma grande faixa.
Quem foram as figuras que influíram mais decisivamente nos rumos da
cidade?
Nós tivemos três administradores marcantes: Otávio Rocha, Alberto Bins,
que foi o sucessor dele, e depois o Loureiro da Silva. Eles foram
remodeladores. A cidade que o Otávio Rocha encontrou era fechada, com becos de
pedra irregular e ladeiras íngremes, uma cidade estrangulada, incompatível com
o automóvel. Ele abriu a cidade, fez a Julio de Castilhos, abriu a Borges de
Medeiros, fazendo a ligação do Centro com a Cidade Baixa. O Alberto Bins deu
continuidade a isso, foi quem concluiu a Borges de Medeiros e a Otávio Rocha,
ligou a Otávio Rocha com a Alberto Bins. O Loureiro da Silva fez a Farrapos,
que é uma abertura fantástica para o Quarto Distrito e a área do São João, fez
a Jerônimo de Ornellas e fez a Salgado Filho, que era outro beco, o Beco da
Cadeia.
Nos anos 1920, abertura de Avenida Borges de Medeiros e construção do
Viaduto Otávio Rocha.
Esses três nomes tinham uma visão de futuro?
Certamente. Mas era uma preocupação apenas com o aspecto viário. Não
tiveram sensibilidade. Para um zoneamento industrial, por exemplo. Resultado:
grande parte das indústrias saiu de Porto Alegre.
A abertura para os carros teve influência no processo de degradação do
Centro?
Os centros das cidades sempre se degradam. Vivi uma época em que, se
alguém precisava comprar alguma coisa, um pacote de manteiga, tinha de ir no
Centro. As mulheres só iam nas lojas da Rua da Praia. O que acontece é que o
crescimento do comércio nos bairros tornou anêmico o comércio do Centro. Existe
uma campanha no sentido de revalorizar o Centro, mas é uma causa meio perdida.
Nunca vai voltar ao que foi. Pela posição topográfica, num canto da cidade, com
o trânsito congestionado, todo mundo evita o Centro. Eu passo meses sem ir.
O senhor gosta do que vê em Porto Alegre hoje, dos caminhos que a
cidade está seguindo?
A cidade está estrangulada. Não houve desenvolvimento viário. Arquitetonicamente,
há os que se insurgem contra as torres, mas isso eu acho fatal, morar empilhado
para não ir morar tão longe, pela extensão que a cidade assumiu. E hoje todo
mundo tem medo. É uma cidade gradeada.
* * *
Texto e fotos do site ZH Porto Alegre em 21 Mar 2015
http://zh.clicrbs.com.br/rs/porto-alegre/noticia/2015/03/sergio-da-costa-franco-porto-alegre-destruiu-o-que-tinha-do-seu-inicio-4723144.html
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